A minha temporada em Chicago foi corrida, e eu que planejava escrever diariamente sobre a cidade, acabei não conseguindo por falta de tempo, mas tudo bem. Tudo está aqui na memória e nos registros. E se eu conseguisse passar todas essas minhas lembranças e personalidade para uma máquina? Transformando o que diriam ser uma cópia de mim, num programa como o Jarvis do Sr. Tony Stark. Uma pessoa é o que é pelas lembranças que carrega?
Antes de tudo nunca me surpreendo com idéias além de um Sci-Fi, mas Transcendence, também não é um desses envolvidos de complexidade. É apenas um filme com um roteiro bem solto no sentido mais negativo positivo. Ele é marcado como o quarto filme fraco estrelado pelo Depp de forma consecutiva. O filme teria força se fosse sustentado em questões existenciais do início ao fim. No entanto ele decidiu se focar numa ação que não existe e num drama que passa longe de comover.
Transcender quer dizer ir além dos limites da normalidade, e tudo no filme se desencadeia assim que a "mente" de um cientista (Essência, memórias, ou seja o que for) acaba sendo transportado para uma máquina. Se a inteligência é artificial, ninguém sabe, se a alma foi passada por uma espécie de cabo USB ou por wi-fi muito menos ninguém saberia. Se aquilo que está na máquina é realmente o cientista que se foi, nem a própria viúva dele conseguiria desvendar. Tudo graças a um comportamento megalomaníaco do personagem que passa a ser virtual ao invés de carne e osso. Mas isso não quer dizer que ele não conseguiria dar um jeitinho para se aproximar da sua amada. Ele é encarado como vilão a partir do momento que o seu corpo passa a ser uma rede de códigos binários e circuitos não promovidos pela carne. Ele consegue montar um exercito graças a nanotecnologia ultra avançada que ele consegue desenvolver de forma que o faz soar mais como o magneto do que um cientista robotizado pelas suas crenças. O Depp se perde nessa mudança de corpo do personagem, fazendo-o criar algo inexpressivo desnecessariamente. Fazendo assim o Edward mãos de tesoura parecer não tão sem jeito assim. Antes que alguém não curta que eu falei mal da atuação do Johnny, saiba que curto o cara, e que os últimos três filmes não foram uma decepção para mim assim como dizem, mas tenho que admitir que dessa vez ele passou longe de uma boa atuação. Afinal o homem busca criar robôs mais próximos do homem, e o Depp passou distante da humanidade que deveria existir no personagem para passar ainda mais a dúvida: "É o cientista mesmo que está ali, ou é uma personalidade replicada criada por um sistema?"
Vamos começ