O ELA do filme ELA, não se resume na voz da Scarlett Johansson, mas sim no lado nada intenso e distante de uma sociedade robotizada pelo medo, pelo receio, pela angustia. Onde o romantismo pode figurar como carência dos despreparados, e como aprendizado para aqueles que acham que já vieram pré-programados. Não falo da visão negativa dos relacionamentos, estou falando apenas que "Ela" é a vida dos relacionamentos de hoje.
O amor pode saber até mais que qualquer um dos maiores filósofos que um dia já se fez presente, e que já colocou em cada pensamento, um corpo e em cada reflexão um rosto. Filósofos se perguntam "o que é o amor?", assim "o que é vida e o que é justiça?", uns falariam que seria uma invenção intervencionista da natureza, outros diriam, "uma necessidade humana para seguir uma linha Darwiniana", e alguns diriam simplesmente "um estado de espírito"... já outra parte, envolvendo os mais céticos diria que "é uma inteligência artificial gerada por um casal". Mas uma voz sempre dita o que fazer, seria essa a voz do coração que tanto falam?
Num relacionamento há interesses, mas não pode haver pessoas interesseiras. Interesses esses que se resumem na busca por dados, onde inúmeras palavras em formas de sentimentos podem ser encontradas em frações de segundos, ligando simples abraços ao desejo carnal e cartas faladas ao puramente emocional. As palavras podem até estar por aí e não ser criação sua, mas a sua formação e a ordem na qual ela é colocada junto a outras, a faz ser sua. E esse deve ser o único lado possessivo frente a uma liberdade necessária para qualquer sistema.