O documentário “I Love Kuduro”, do diretor português Mário Patrocínio, estreou no dia 30/09 no Festival do Rio, com sessão lotada no cinema Odeon. Para a ocasião, cerca de dez artistas kuduristas vieram diretamente de Angola promover o Kuduro para os cariocas. Entre eles estavam a estrela transexual Titica, a dupla excêntrica Os Namayer (Presidente Gasolina e Príncipe Ouro Negro), um dos padrinhos do ritmo, Sebem, os novos sucessos Cabo Snoop e Francis Boy, além de Nagrelha e da dupla Tchobari. O produtor do longa, Coréon Dú, filho do presidente angolano, e o diretor também vieram para a premiére. A exibição, que foi ovacionada pelo público, contou ainda com a presença dos atores Lázaro Ramos, Ricardo Pereira e Zezeh Barbosa. O projeto é resultado de uma parceria entre a produtora portuguesa BRO, da qual Mario é sócio, e da angolana Da Banda.
O Kuduro – que, como o nome sugere, é um neologismo para “bunda dura” – é a mais popular expressão cultural urbana de Angola. Surgiu na Baixa da cidade de Luanda, no início dos anos 1990, quando os DJ’s com acesso à cena internacional tocavam House e Techno nas discotecas e raves locais. Levado ao mundo pelo dançarino e produtor Tony Amado, seus movimentos corporais foram inspirados em gestos do ator Jean-Claude Van Damme no filme Kickboxer.
O Kuduro mistura música eletrônica, dança angolana e o espetáculo dos MC’s. Com um estilo diferente em cada região, as letras mesclam português com dialetos locais e falam sobre o aspecto lúdico da vida, o cotidiano de diferentes camadas sociais e a sexualidade. A cultura do Kuduro manifesta-se em qualquer lugar, atingindo todas as classes, religiões, credos e bairros. E além do mais, no sábado eles fizeram uma ação no Arpoador, ensinando o povo a dançar Kuduro e colhendo material extra para o documentário!