Por Rafael (Eagle Eye)
Eu sempre quis
conhecer New Orleans, afinal é o berço do Blues e a origem do Rock, e juntar
esse fator com um evento que “Rocks” de verdade como o Super Bowl. A edição
XLVII, não só acabou em parte com a minha curiosidade com relação a um dos
maiores eventos esportivos do mundo, o mesmo me trouxe uma aula de como um
evento deve ser organizado.
O Super Bowl não é
só conhecido pelo meio esportivo, mas como também por diversas áreas de
entretenimento, cinema, música, entre outros, devido a tamanha importância que
é dado a publicidade vinculada durante a ocorrência do mesmo.
Assim que
desembarquei em Dallas – Fort Worth para fazer conexão para New Orleans, vi um
bando de torcedores uniformizados por produtos dos 49Ers. Logo pensei que a
torcida seria tomada por torcedores desse famoso time de San Francisco, que por
sinal e por coincidência do destino, é o time para o qual sempre torci.
Logo que cheguei fui
recepcionado por colares e mais colares típicos do Mardi Gras de New Orleans, a
cada 10m recebiamos 2 colares ou mais. O terminal estava decorado com as
devidas boas vindas para o pessoal que iria partir para o Super Bowl. E
chegando no hotel não podia ser diferente, pois no próprio local que era feito
check-in no hotel, havia uma placa avisando sobre a retirada de ingressos .
Ao deixar as malas
no quarto, fui correndo para a rua para conhecer a cidade, andei pela famosa
Bourbon Street (onde acabei coletando mais colares) e segui para o French
Quarter, French Market, e por um espaço próximo ao canal, no qual estava ocorrendo
pequenos shows promovidos pelo Super Bowl e a circulação de um grande fluxo de
pessoas. Ao longo do caminho artes de rua eram visíveis, como bandas locais, e
Street Dance.
Ambas as torcidas
andavam pelas ruas harmoniosamente, de um lado havia o grito típico da torcida
dos 49Ers “Ahu-Ahu-Ahu” vindo sonoramente do filme 300 e da torcida dos
Baltimore um grito empolgado que lembrava a música eletrônica “Zombie Nation”
que por sinal, eu acabei me pegando reproduzindo tal som, mesmo eu sendo 49Ers,
é que a música ficava na cabeça. Todos se respeitavam, mas não perdiam a chance
de fazer alguma leve brincadeira.
New Orleans já é uma
cidade pequena, mas ficou ainda mais com os olhares do mundo todo voltados a um
só lugar. No dia do jogo, veio ainda mais a ansiedade para presenciar ao vivo o
meu primeiro Super Bowl. Começamos indo para o local do evento no começo do
dia, mas acabamos mudando de ideia logo, para partirmos para o NFL Experience, o
local que faz você treinar como os astros do Football, mas de uma forma mais
leve, é claro. Nada de uma brincadeira envolvendo treino pesado, afinal até as
crianças também poderiam participar. Por lá encontrávamos além das gincanas,
shopping de produtos oficiais do evento, uma amostra de como é feita a bola
oval, alguns jogadores para sessões de autógrafos, um bando de fãs
entusiasmados, e muitas outras formas de fazer você interagir com o meio.
Saindo de lá partimos para o Tailgate, que seria uma festa de aquecimento para o Super Bowl, e saí de lá com a sensação de que consegui conhecer a culinária inteira de New Orleans em 2:30. Afinal as comidas e a bebidas típicas de lá (as não tão típicas também) estavam liberadas para os portadores dos passes do Tailgate. Como tinham muitas mesas com diferentes tipos de comida, e como tudo era feito com uma rapidez impressionante, não havia filas. A organização em geral (como já dito anteriormente) me chamou muito atenção, eles conseguiam fazer o público se achar facilmente, e no Tailgate como parte desse grande espetáculo, também não foi diferente. O meu momento no Tailgate fechou com a apresentação fechada da banda Matchbox 20.
Ao entrar finalmente
na Mercedes-Benz Superdome, encontramos um estádio literalmente lotado, como
prometido pela organização do evento que informou dias antes que eles conseguiriam
lotar o estádio. O jogo permaneceu intenso para os torcedores do Ravens, e
silencioso para os torcedores do 49Ers, com exceção da minha empolgação, pois
só de estar lá eu já estava curtindo demais. O que acontecesse naquele jogo seria
histórico. Olhando pelo lado positivo, o evento marcou o retorno do Super Bowl
a New Orleans anos após o Katrina, mostrando assim que a cidade está sempre
pronta para um grande evento, o lado negativo foi que o evento que tinha o 49
Ers como favorito, acabou com o lado invicto do time de São Francisco no
quesito Super Bowl, afinal eles estiveram em mais de um Super Bowl sem nunca
perder, mas infelizmente eles acabaram quebrando a tradição. Ravens mostrou
domínio no jogo, fez por merecer, eu não diria que houve mais ataque por parte
do time de Baltimore, eu poderia dizer que a defesa dos 49Ers encontrava-se
fragilizada, e o dos Ravens cada vez mais forte. Isso formou a grande diferença
de pontuação nos momentos iniciais. O equilíbrio foi estabelecido apenas na
metade final, provocando assim um final aparentemente dramático e angustiante
para os torcedores do time de SF, mas que já nos 1’30” finais, já víamos que
não poderia ser feito mais nada de certo modo.
A Beyonce quebrou
recordes de audiência no quesito show, a montagem do seu palco em poucos
minutos e que foi foco de grandes efeitos, clamou pela minha atenção. Momentos
após, nem o apagão que ocorreu pouco tempo depois do show dela conseguiu tirar
a minha atenção do gramado, talvez porque eu poderia estar num estado de paz
como se eu tivesse praticado yoga, justamente por eu ter tido mais um sonho
realizado.
Agradeço a equipe que me proporcionou o meu primeiro Super Bowl!